Segundo dados do Serviço Geológico do Brasil, o nível do Rio Madeira atingiu apenas 2,07 metros, o mais baixo já registrado para essa época do ano desde 1967. Esse baixo nível é resultado de uma estação chuvosa muito ruim, causada por fatores como o aquecimento do Oceano Atlântico Norte e o Fenômeno El Niño.
O engenheiro hidrólogo do SGB, Marcus Suassuna, explicou que a estiagem não é inédita e que fatores como o El Niño mostram sinais mais evidentes em um planeta mais quente. A seca prolongada tem afetado o abastecimento de água na região, levando a prefeitura a adotar medidas para reduzir o impacto, como distribuição de água mineral para comunidades ao longo do Rio Madeira.
Além disso, a prefeitura está verificando as condições dos poços amazônicos que abastecem as casas. Os estudos para identificar os melhores locais para a perfuração de poços visam garantir água de qualidade para a população. A situação crítica também se estende às bacias dos rios Acre e Tapajós, podendo gerar consequências em outros estados da região amazônica.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico declarou situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes, enquanto o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu situação de emergência na capital e em mais 17 cidades do estado. A seca severa está afetando não apenas o abastecimento de água nas cidades, mas também a produção de energia das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, além do transporte fluvial de carga e passageiros.
Para reverter a situação, é fundamental que chova na Bolívia, já que 75% da bacia do Rio Madeira se encontra no país vizinho. A população precisa adotar medidas de economia e conscientização no uso da água para enfrentar esse cenário de seca crítica.