Os líderes estudantis que estiveram à frente dos protestos exigem que Yunus lidere o governo interino, reconhecendo nele a capacidade de guiar o país nesse momento de transição. Hasina, que governava o país há 15 anos, acabou renunciando e fugindo do país sob intensa pressão popular.
Após a tomada de controle pelos militares, o presidente de Bangladesh dissolveu o Parlamento, atendendo a uma das principais demandas dos estudantes e da oposição. Agora, a população e os líderes estudantis clamam por eleições livres que devem ser convocadas nos próximos três meses.
Muhammad Yunus, conhecido por seu trabalho em combater a pobreza através da concessão de microcréditos, expressou sua emoção e responsabilidade diante da confiança depositada pelos manifestantes em sua liderança. O Prêmio Nobel afirma que está disposto a agir em prol de seu país e do povo corajoso de Bangladesh, garantindo eleições livres no futuro próximo.
A situação em Bangladesh permanece tensa, com confrontos sangrentos que já resultaram em centenas de mortos desde o início dos protestos. O Exército realizou uma reestruturação na cúpula militar, destituindo comandantes ligados a Hasina. Além disso, a polícia pediu desculpas por ter disparado contra os estudantes durante os conflitos.
A população bangladeshiana, em sua maioria, se mobilizou contra o governo de Hasina, invadindo o Parlamento e incendiando estações de televisão. A pressão popular resultou na renúncia da ex-primeira-ministra e na busca por uma transição política liderada por Muhammad Yunus, um dos ícones do país.