De acordo com as denúncias, María Oropeza foi detida de forma arbitrária, sem qualquer ordem judicial, em um momento em que o país passa por um cenário de intensas manifestações e tensões políticas. A Provea, uma organização não governamental de direitos humanos venezuelana, divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando o momento da prisão da líder, no qual policiais aparecem arrombando a porta de sua casa.
Essa prisão, somada às mais de 2 mil detenções ocorridas nos últimos dias, foi justificada pelo governo de Maduro como uma ação contra supostos “terroristas” que estariam atacando prédios públicos, forças policiais e lideranças chavistas. No entanto, tanto organizações internacionais quanto a própria Provea questionam a escalada da repressão e o uso desproporcional da força por parte das autoridades venezuelanas.
Segundo a Provea e a Federação Internacional pelos Direitos Humanos (FIDH), as últimas ações policiais resultaram em 22 mortes, mais de mil detenções arbitrárias e cerca de 40 desaparecimentos forçados em apenas uma semana. Esses números representam recordes históricos em termos de repressão, levando as entidades a denunciarem padrões sistemáticos de perseguição pelas autoridades do país.
Diante das críticas e condenações internacionais, Nicolás Maduro defendeu as prisões como necessárias para conter a violência e proteger a população. O presidente se referiu às prisões como parte da “Operação Tun Tun”, destinada a supostos indivíduos que representam ameaças aos simpatizantes do governo.
A situação na Venezuela continua a gerar debates e preocupações, com a comunidade internacional pedindo medidas para garantir o respeito aos direitos humanos e a paz social no país. Enquanto isso, o destino de María Oropeza e dos demais detidos permanece incerto, alimentando críticas e denúncias sobre o estado atual da democracia e da justiça na Venezuela.