O candidato González já havia anunciado sua não comparecência ao Tribunal, alegando que a investigação em curso representava uma usurpação das competências do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Após a audiência, os representantes do Movimento Unidos por Venezuela e da Plataforma Unitária Democrática (PUD) criticaram o CNE, pedindo que o órgão cumpra a legislação e divulgue as atas eleitorais que embasaram a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor da votação.
Enquanto o Poder Eleitoral entregou os documentos apenas à Justiça, não os submetendo aos partidos, o representante da PUD, Manuel Rosales, afirmou que as atas da sua legenda já estavam disponíveis na internet. Por outro lado, o governo contesta a autenticidade de parte desses documentos.
Durante a audiência, os dirigentes partidários expressaram descontentamento com a falta de transparência e agilidade no processo eleitoral. José Simón Calzadilla ressaltou que até então nenhum partido sabia a quantidade de votos obtidos, em desacordo com o prazo estabelecido pela lei eleitoral venezuelana.
Por sua vez, Manuel Rosales argumentou que a responsabilidade de publicar as atas originais cabe ao CNE. Ambos defenderam a posição de Edmundo González de se manifestar por meio de nota oficial e criticaram a incerteza e confusão que permeiam o processo eleitoral no país.
Diante das polêmicas e das violações apontadas à legislação eleitoral venezuelana, a investigação em curso pelo TSJ promete trazer desdobramentos nos próximos dias, em meio a um cenário político marcado por divergências e disputas de poder.