Uma das razões apontadas para esse crescimento foi o maior acesso às pílulas abortivas através de serviços de telemedicina. O relatório indicou que a proporção de abortos realizados por telemedicina aumentou consideravelmente, passando de 4% para 20% desde abril de 2022.
A Suprema Corte, com maioria conservadora, revogou o direito de acesso ao aborto nos EUA em junho de 2022 ao derrubar a sentença de Roe Vs. Wade. Desde então, vários estados governados por republicanos têm acelerado a implementação de normas mais restritivas ou até mesmo a proibição do procedimento.
Entretanto, estados governados por democratas têm implementado leis conhecidas como “leis escudo”, que oferecem proteção legal aos médicos que realizam consultas de telemedicina em regiões com restrições ao aborto. Mesmo excluindo os abortos realizados sob essas leis de proteção, houve um aumento significativo no número de casos em comparação com anos anteriores.
Embora tenha sido observada uma diminuição nos casos de aborto em estados com restrições mais rígidas, como Texas, Geórgia, Tennessee, Louisiana e Alabama, a pesquisa destacou que o tema do aborto continua sendo motivo de forte divisão nos Estados Unidos, podendo influenciar até mesmo a disputa presidencial. Atualmente, 22 estados possuem leis restritivas em relação ao aborto no país.