Aos 66 anos, Kagame prestou juramento perante o presidente da Suprema Corte, Faustin Ntezilyayo, comprometendo-se a “preservar a paz e a soberania nacionais” e “consolidar a unidade nacional”. Sua vitória nas eleições presidenciais de 15 de julho nunca foi questionada judicialmente, uma vez que o presidente governa o país com punho de ferro desde o fim do genocídio de 1994.
Kagame venceu as eleições com 99,18% dos votos, segundo a comissão eleitoral. Essa vitória esmagadora levantou críticas de defensores dos direitos humanos, que destacaram a falta de democracia em Ruanda. Desde 1994, quando liderou uma rebelião que derrubou o governo extremista hutu responsável pelo genocídio que vitimou mais de 800 mil pessoas, em sua maioria da minoria tutsi, Kagame tem sido elogiado pela recuperação econômica do país, mas criticado pela falta de abertura democrática.
Apenas dois candidatos foram autorizados a concorrer contra Kagame nas eleições de julho, enquanto outros seis, incluindo opositores críticos do presidente, foram impedidos de competir. Com a maioria da população ruandesa com menos de 30 anos, a reeleição de Kagame foi recebida com naturalidade, já que a maioria dos cidadãos não conheceu outro presidente. Kagame venceu todas as eleições presidenciais com mais de 93% dos votos em cada pleito.
Portanto, a posse de Paul Kagame para mais um mandato é vista com ressalvas por organizações de direitos humanos e opositores políticos, que questionam a democracia no país. A reeleição do presidente ruandês ilustra um contexto em que a falta de pluralidade política é uma realidade em meio a uma história marcada por conflitos étnicos.
