A vice-presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Zenaida Yasacama, destacou a importância do posicionamento do povo equatoriano contra o extrativismo no bloco 43 da reserva. Essa área faz parte de Yasuní, uma região rica em biodiversidade e lar de diversas comunidades indígenas, algumas em isolamento voluntário.
Em uma consulta popular realizada há um ano, 59% dos eleitores equatorianos decidiram deixar o petróleo sob o solo da região de Yasuní. No entanto, o governo não cumpriu a decisão e continua permitindo a extração de mais de 50 mil barris de petróleo por dia na área.
A manifestação dos indígenas e ambientalistas em frente ao ministério evidencia a pressão para que o governo cumpra a vontade popular e encerre a atividade petrolífera na região. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, afirmou que está comprometido em honrar essa decisão e um comitê governamental foi designado para garantir o fechamento ordenado do bloco 43.
O presidente da Conaie, Juan Bay, ressaltou a importância de salvar a Terra e proteger Yasuní, chamando atenção para a urgência de preservar esse pulmão do mundo. Especialistas independentes em direitos humanos também se manifestaram, destacando a necessidade de respeitar a vontade popular e interromper as atividades petrolíferas na região.
É estimado que o Equador tenha perdas significativas com o fechamento do bloco 43, porém, a ONG Amazon Frontlines alerta que o descumprimento dessa decisão minará a democracia, os direitos indígenas e a justiça climática. O impasse sobre a suspensão da extração de petróleo em Yasuní destaca a falta de compromisso de muitos governos globais em frear as mudanças climáticas.