“Por quatro horas, a dor diminuiu para um nível 4. Isso não acontecia há pelo menos quatro anos”, relatou a jovem em uma entrevista ao Estadão. Normalmente, ela enfrenta um desconforto diário entre os níveis 6 e 7, mas a nova sensação de alívio foi um alento em meio ao seu longo período de sofrimento.
Essa melhoria na dor foi possível graças a um novo procedimento realizado como parte do plano de tratamento desenvolvido por médicos da Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais. No sábado passado, 17, Carolina passou por uma cirurgia para implantar uma bomba de infusão intratecal de fármacos, que libera morfina diretamente para o sistema nervoso central da paciente.
O diretor clínico da Santa Casa de Alfenas, Carlos Marcelo de Barros, explicou que a bomba de morfina tem a capacidade de administrar os medicamentos diretamente nos receptores da dor próximos à coluna vertebral, proporcionando alívio com doses menores comparadas aos medicamentos orais. Até o momento, as injeções extras acionadas pela paciente possuem 1/6 da dose total diária de morfina, e a equipe médica está em processo de ajuste para encontrar a dosagem ideal para Carolina.
Além do implante da bomba de morfina, Carolina mantém um tratamento com eletrodos implantados na etapa anterior do plano. A jovem recebe também infusões constantes de ketamina, lidocaína e metadona, substâncias que visam controlar a dor e proporcionar uma melhor qualidade de vida para a paciente.
Apesar do progresso no tratamento, Carolina ainda enfrentou uma nova crise de neuralgia do trigêmeo após a diminuição da dor. O objetivo dos médicos é tornar a vida dela mais suportável e amena, mesmo sabendo que haverá altos e baixos durante o processo de tratamento.
O caso de Carolina chamou atenção nas redes sociais quando ela criou uma vaquinha online para custear um procedimento de eutanásia na Suíça, país onde o ato é legalizado. No entanto, após os médicos da Santa Casa de Alfenas apresentarem novas opções para o seu tratamento, a jovem decidiu seguir com as etapas propostas.
O plano de tratamento consiste em quatro fases, sendo a implantação de eletrodos neuroestimulantes a primeira delas. Após esse procedimento, a bomba de morfina foi a nova etapa para tentar controlar a dor intensa que a paciente enfrentava diariamente.
Com a expectativa de redução dos medicamentos e a manutenção do tratamento com eletrodos e a bomba de morfina, Carolina e sua equipe médica seguem em busca de proporcionar mais conforto e bem-estar para a jovem universitária que enfrenta uma batalha contra a neuralgia do trigêmeo.
