Apesar de não atingir a maioria absoluta, a NFP, composta por socialistas, comunistas, ecologistas e o partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), pleiteia a formação do governo e propõe Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra. No entanto, Macron, de centro-direita, tem resistido em nomeá-la, pois considera que ela não tem apoio suficiente na Assembleia.
A busca por uma maioria absoluta no Parlamento se mostra desafiadora, com a NFP liderando com 193 deputados, seguida pela aliança de Macron com 166 parlamentares, o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN) e seus aliados com 142 assentos, e o partido de direita Os Republicanos (LR) com 47 cadeiras.
As negociações políticas estão em andamento, e a pressão para a formação de um governo se intensifica. A NFP vem pressionando por sua indicação, enquanto a direita e a ultradireita ameaçam com uma moção de censura, especialmente se houver a presença de ministros da LFI no governo.
Com um sistema semipresidencialista, Macron divide o Poder Executivo com o governo, que pode ser de outra ideologia política. Diante do impasse político atual, o presidente busca uma solução que garanta a estabilidade institucional do país. Porém, os desafios são grandes, com diferentes partidos políticos defendendo interesses diversos e sem um consenso aparente à vista.
A apresentação do orçamento para o próximo ano, prevista para outubro, impõe um prazo para a resolução da crise e a definição de um novo governo na França, segunda maior economia da União Europeia. As próximas reuniões e negociações políticas serão decisivas para o desfecho desse cenário de incerteza política no país.