Brasil precisa reduzir em 92% as emissões de gases do efeito estufa até 2035 para limitar aquecimento global a 1,5ºC, aponta estudo do Observatório do Clima.

Um estudo recente realizado pelo Observatório do Clima revelou que o Brasil precisa reduzir drasticamente suas emissões de gases do efeito estufa, em 92%, até o ano de 2035. Essa redução é crucial para que o país contribua de forma justa com o objetivo global de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius. A base para esse percentual é a quantidade de emissões registradas em 2005, e para alcançar essa meta ambiciosa, o Brasil terá que limitar suas emissões anuais em 200 milhões de toneladas líquidas, uma grande redução em comparação com as 2,4 bilhões de toneladas líquidas emitidas há quase duas décadas.

O estudo considerou vários fatores, incluindo a capacidade da atmosfera de absorver gases de efeito estufa sem aumentar significativamente a temperatura global, bem como a participação do Brasil nas emissões globais, levando em conta as mudanças no uso da terra no território nacional. Segundo Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, o cálculo foi feito levando em consideração a justiça climática e a viabilidade das ações necessárias para manter o aumento da temperatura em n níveis aceitáveis.

Essa análise foi apresentada em uma contribuição da entidade para a futura proposta de meta climática que o Brasil irá apresentar na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que acontecerá em Belém do Pará. Como signatário do Acordo de Paris, o Brasil tem a obrigação de apresentar sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) até fevereiro de 2025. Essa NDC deve ser mais ambiciosa do que as metas anteriores do país, especialmente diante da emergência climática global.

Para atingir a meta de redução de 92% nas emissões de gases do efeito estufa, os pesquisadores que contribuíram com o estudo indicam a necessidade de diversas ações, como o desmatamento zero até 2030, a recuperação de 21 milhões de hectares de vegetação nativa, a implementação de práticas agropecuárias de baixa emissão e uma gestão eficaz dos resíduos no país. Este estudo será usado como base para pressionar os gestores públicos a adotar medidas mais ambiciosas para combater as mudanças climáticas e proteger o planeta para as futuras gerações.

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