Ataques à oposição venezuelana aumentaram antes das eleições, afirma missão da ONU.

A ONU divulgou um relatório nesta quarta-feira onde afirma que o governo da Venezuela intensificou os “ataques ao espaço cívico e democrático” para silenciar a oposição e críticas antes das eleições do próximo ano. A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU destacou que desde o início de 2021, as violações dos direitos humanos contra pessoas da oposição têm sido seletivas, atingindo líderes sindicais, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

Segundo o relatório, o Estado venezuelano recorre a ameaças, vigilância, perseguição, difamação e censura para sufocar a oposição. A falta de independência das instituições judiciais também restringe o movimento dos líderes sociais e suprime o debate político. A participação em atividades legítimas é criminalizada, o que intimida qualquer pessoa que queira se opor ao governo.

O relatório alerta que a Venezuela realizará eleições presidenciais em 2024, o que torna o panorama especialmente alarmante. Nos últimos meses, diversos políticos da oposição foram inabilitados para a disputa, incluindo a ex-deputada María Corina Machado, que liderava as pesquisas.

Além disso, a Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU investigou acusações de violações dos direitos humanos no país entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. O relatório concluiu que pelo menos cinco mortes, 14 desaparecimentos forçados de curta duração, 58 detenções arbitrárias, 28 casos de tortura e 19 casos de violência sexual foram registrados nesse período.

As Forças de Ação Especial (Faes) do Corpo Bolivariano de Polícia Nacional (PNB) foram destacadas como uma das estruturas mais envolvidas em execuções extrajudiciais e outras graves violações dos direitos humanos, cometidas no âmbito das operações de segurança. Embora a Faes tenha sido supostamente dissolvida em 2022, o relatório indica que ela continuou operando por meio da nova Diretoria de Ações Estratégicas e Táticas (DAET), criada em meados de 2022.

A criação da Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU em 2019 teve como objetivo investigar as supostas violações dos direitos humanos cometidas pelo governo de Nicolás Maduro. O governo venezuelano sempre negou as acusações e considera as investigações da ONU como uma interferência em assuntos internos.

É importante ressaltar que as informações apresentadas neste relatório são baseadas nas investigações da Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU e não refletem necessariamente a opinião deste veículo de comunicação.

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