Na última sexta-feira, as autoridades tentaram verificar a situação dos menores, porém os membros da seita restringiram o acesso à propriedade localizada em Oratorio, a cerca de 60 km da capital guatemalteca. A chefe da área de infância e adolescência da Procuradoria-Geral da Nação, Lucrecia Prera, expressou sua preocupação com a situação vivida dentro da comunidade.
De acordo com Prera, as denúncias foram feitas de forma anônima e a Procuradoria busca verificar a veracidade das mesmas contra o grupo que se estabeleceu em Oratorio em 2014, após ser expulso de um vilarejo indígena por questões de choque cultural e costumes locais.
O Lev Tahor, que se mudou para a Guatemala em 2013, é formado por membros que seguem uma versão ultraortodoxa do judaísmo e usa túnicas escuras. O grupo descreve as investigações como perseguição religiosa e alega que são incitadas por Israel.
A Procuradoria estima que cerca de 100 crianças vivem na comunidade, composta por aproximadamente 50 famílias de diferentes nacionalidades. Após uma incursão realizada na sexta-feira, Prera afirmou que não foi possível garantir se as denúncias de abusos eram verdadeiras devido à resistência das autoridades em permitir a realização do trabalho de forma adequada.
Em resposta, o Lev Tahor acusou a Procuradoria de perseguição motivada por intolerância religiosa e discriminação. No entanto, Prera negou que a investigação constitua perseguição religiosa e reiterou o compromisso de proteger integralmente os menores envolvidos. As autoridades continuam empenhadas em verificar as condições de saúde e a situação documental das crianças na comunidade.