Mesmo com os novos contratos de concessão de saneamento, a drenagem não é considerada um dos serviços a serem assumidos pela iniciativa privada. Isso cria um vácuo institucional, deixando um elemento crucial para as cidades em segundo plano.
Segundo especialistas, o investimento em infraestrutura para drenagem, como bocas de lobo, tubulações e galerias, é elevado, mas necessário para lidar com as águas da chuva de forma eficaz. Parques lineares e jardins de chuva também fazem parte desse sistema, oferecendo benefícios adicionais à população, como áreas de lazer e melhoria da paisagem urbana.
A cidade de Porto Alegre, por exemplo, investiu mais de R$ 108,8 milhões em obras para prevenção de enchentes, mas a recente inundação causou transtornos em diversos pontos da capital gaúcha. A falta de investimento adequado em sistemas de drenagem contribuiu para a rápida propagação das águas.
Diante das recentes tragédias provocadas por eventos climáticos extremos, o governo federal e estadual anunciaram investimentos bilionários para melhorias na drenagem de várias cidades, incluindo Porto Alegre. No entanto, experts alertam que o valor necessário para universalizar os serviços de drenagem no país é de cerca de R$ 250 bilhões, um desafio diante da situação fiscal delicada dos municípios e estados.
Para resolver essas questões, é fundamental incluir a drenagem nos próximos leilões de concessão de saneamento e buscar soluções inovadoras para enfrentar os desafios presentes. A cidade de Jundiaí, por exemplo, investiu em métodos inovadores para lidar com as águas pluviais, como a construção de piscinões e jardins de chuva. Essas soluções ajudam a ampliar a infiltração da água da chuva na terra, evitando alagamentos e melhorando a qualidade de vida da população.
Em suma, a drenagem de águas pluviais é um elemento essencial do saneamento básico que precisa de mais atenção e investimento por parte dos governantes e da iniciativa privada. A universalização desses serviços é fundamental para evitar futuras tragédias e garantir o bem-estar das comunidades.