Segundo Falcão, a diretora do basquete feminino, Roseli do Carmo Gustavo, comunicou que “não havia mais clima” para a continuidade do seu trabalho após jogadoras da seleção reagirem negativamente à sua publicação em apoio ao PL 1.904/2024, projeto de lei que equipara a interrupção da gestação após 22 semanas à prática de homicídio.
Durante a audiência, presidida pelo senador Eduardo Girão, também foi lamentada a ausência do presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Guy Peixoto Júnior. Girão leu uma nota da CBB que destacava o compromisso da entidade com o tratamento sem preconceitos, mas não esclarecia a razão específica do desligamento de Falcão.
O ex-técnico da seleção, José Alves dos Santos Neto, declarou que ele e o restante da equipe técnica se desligaram em solidariedade a Falcão, afirmando que compartilham dos mesmos princípios do preparador físico. Neto também mencionou que Guy Peixoto foi pressionado a permitir a demissão de Falcão, o que gerou atrito entre a comissão técnica e a direção da CBB.
Durante o encontro, houve críticas à decisão da CBB, com alguns ressaltando a evolução no desempenho do basquete feminino sob a gestão da equipe de Neto. Além disso, a liberdade de expressão de Falcão foi defendida por representantes presentes, que destacaram a importância de preservar esse direito em ambientes esportivos.
O debate em torno do caso levou a CEsp a aprovar o PL 5.004/2020, que proíbe a aplicação de penas pelo exercício da liberdade de expressão no âmbito esportivo. O projeto agora tramita na Comissão de Defesa da Democracia (CDD), buscando resguardar o direito dos atletas e de qualquer pessoa envolvida em entidades esportivas.
Dessa forma, a polêmica em torno da saída de Diego Falcão da seleção brasileira de basquete feminino evidencia questões ideológicas e de liberdade de expressão que impactam o ambiente esportivo nacional. As consequências desse episódio continuam sendo debatidas e analisadas por diferentes atores envolvidos no meio esportivo.
