Apesar da independência política, o Brasil ainda não conquistou sua soberania digital e se vê em uma situação de dependência tecnológica em relação às grandes empresas estrangeiras. O professor da Universidade Federal do ABC destaca que a entrega de dados sensíveis da população para o exterior resulta em um enriquecimento dessas empresas através da comercialização de produtos derivados da inteligência artificial.
No cenário atual, as empresas de tecnologia da informação, como Microsoft, Apple, Google e Amazon, lideram o mercado global e exercem forte influência em questões políticas e econômicas. Esse poder concentrado em poucas mãos, principalmente nos Estados Unidos, configura um cenário de colonialismo digital, onde o controle sobre a estrutura digital é utilizado como forma de influenciar e dominar outros países.
A discussão em torno do colonialismo digital ganha destaque também em relação à importância da Soberania Digital. A capacidade de controlar tecnologias estratégicas e infraestruturas de armazenamento de dados é essencial para que um país ou sociedade possa garantir sua autonomia e autodeterminação no cenário digital.
No Brasil, o debate em torno da regulamentação da inteligência artificial é um tema em pauta no Congresso Nacional. O Projeto de Lei 2.338/23 busca estabelecer regras para a utilização da IA no país, porém enfrenta resistência das grandes empresas de tecnologia. A oposição ao projeto é vista como uma forma de manter o mercado nacional favorável às corporações estrangeiras, que buscam preservar seus interesses comerciais.
Diante desse contexto, a busca pela Soberania Digital e o enfrentamento ao colonialismo digital se tornam desafios cruciais para que os países consigam garantir sua autonomia e proteção de dados em um mundo cada vez mais digitalizado e conectado.