A tecnologia é crucial para combater a manipulação no futebol, conforme mencionado durante audiência no Senado, de acordo com Senado Notícias.

O combate às máfias que manipulam o futebol por meio das apostas esportivas vem se beneficiando cada vez mais do uso de tecnologias de inteligência artificial (IA). Esse foi um dos principais temas discutidos na audiência pública da Comissão do Esporte (CEsp) realizada nesta quarta-feira (20), que contou com a presença de representantes do governo e de entidades da sociedade.

O presidente da CEsp, senador Romário (PL-RJ), afirmou que as investigações realizadas pelo Ministério Público de Goiás em 2023, que revelaram diversos casos de jogos com resultados manipulados, mergulharam o futebol brasileiro na pior crise de sua história. Por isso, ele ressaltou a importância do uso da IA e de tecnologias de informação no combate a essa prática criminosa.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) defendeu a destinação de parte da arrecadação oriunda do aumento da taxação sobre as apostas esportivas, previsto no projeto de lei do governo (PL 3626/2023), para fortalecer as estruturas dos ministérios públicos e da Polícia Federal no combate aos grupos criminosos envolvidos nas apostas manipuladas. Portinho ressaltou que muitos desses grupos também estão envolvidos em atividades como o tráfico de drogas.

Guilherme Benages, consultor jurídico do Ministério do Esporte, destacou que os atletas envolvidos nessas fraudes são apenas a “ponta do iceberg” de máfias com alcance internacional. Ele afirmou que é necessário investir em tecnologias de monitoramento em tempo real das apostas esportivas, que permitem identificar movimentações suspeitas e ações irregulares. Benages solicitou o apoio do Senado ao projeto de lei que taxa as empresas de apostas esportivas, com o objetivo de financiar o desenvolvimento desses sistemas de monitoramento.

Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), se posicionou contra a taxação imposta pelo governo, argumentando que isso poderia resultar no fechamento de empresas do setor. Por outro lado, Júlio Avellar, diretor de Competições da CBF, informou que a entidade tem priorizado o combate à manipulação de resultados e possui parceria com a empresa Sportradar para monitorar as competições brasileiras e evitar apostas irregulares.

Outro aspecto discutido na audiência foi a importância de conscientizar os atletas e demais integrantes do ecossistema esportivo sobre os riscos e consequências das manipulações de resultados. A Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie) tem realizado workshops com atletas para alertá-los sobre os perigos desse tipo de fraude.

Rafael Bozzano, subprocurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), defendeu penas mais severas, como o banimento do esporte, para atletas envolvidos em fraudes esportivas. Ele ressaltou a importância de punições mais rigorosas para desestimular esse tipo de conduta.

Diante desse panorama, o governo anunciou a criação de um grupo interministerial, que contará com a participação da sociedade civil, para intensificar as ações de combate às manipulações nas apostas esportivas. Esse grupo será responsável por editar uma portaria com as medidas a serem adotadas nesse sentido.

Além disso, durante a audiência também foi discutida a necessidade de ações para combater o vício em jogos de apostas, que tem aumentado no Brasil com a expansão desse mercado.

No geral, a utilização de tecnologias de inteligência artificial e a implementação de medidas de prevenção, fiscalização e punição foram destacadas como essenciais para combater as máfias que manipulam o futebol por meio das apostas esportivas. O objetivo é preservar a integridade e a essência do esporte, combatendo esse mal que tem afetado o futebol brasileiro.

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