A tensão se intensificou na sexta-feira, com homens encapuzados cercando a embaixada e cortando a energia do local, onde os colaboradores da oposição estão asilados desde março. Pedro Urruchurtu, um dos asilados, relatou a presença de patrulhas do Sebin e do DAET, além de oficiais encapuzados e armados no entorno da representação diplomática.
Essa situação foi denunciada nas redes sociais, com imagens mostrando veículos com sirenes ligadas nos arredores do prédio e acesso restrito a jornalistas pela presença de oficiais encapuzados. A atitude do governo venezuelano de tirar a custódia do Brasil sobre a embaixada argentina é considerada uma violação da Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, que prevê a inviolabilidade de instalações diplomáticas.
Diante desse cenário tenso, a diplomacia brasileira aguarda um posicionamento oficial, enquanto a oposição venezuelana comunica episódios de cerco na embaixada argentina. O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, criticou as ações do governo Maduro, considerando-as contrárias ao direito e inaceitáveis pela comunidade internacional.
A relação entre Brasil e Argentina é fundamental nesse contexto, já que o Brasil assumiu a custódia da embaixada argentina após a expulsão de equipes diplomáticas de outros países que questionaram as eleições presidenciais na Venezuela. Dessa forma, a saída do Brasil da custódia da embaixada só ocorrerá se outro país assumir a responsabilidade, evitando um vácuo na segurança do local.