Desigualdade racial no Brasil impede crescimento econômico em até 30%, apontam especialistas em seminário no Ipea.

O Brasil poderia ter uma economia 30% maior se fosse menos desigual e se os negros tivessem as mesmas oportunidades que as pessoas brancas. Essa é a conclusão de pesquisadores, ativistas e representantes de organismos internacionais que participaram do seminário Empoderamento Econômico da População Afrodescendente, realizado em Brasília.

Durante o evento, a presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, ressaltou a importância do empoderamento econômico da população negra como uma necessidade, não apenas uma opção. Segundo ela, sem investimentos efetivos nesse sentido, o Brasil não conseguirá se tornar um país desenvolvido, gerando impactos negativos na produtividade e no crescimento econômico.

Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, também alertou para a desigualdade como um obstáculo ao crescimento do país, destacando a importância de superar essa questão para transformar a economia brasileira. Ela enfatizou que a exclusão de uma parte significativa da população negra resulta em perdas no mercado interno, inovação e capacidade produtiva.

Para Ana Carolina Querino, representante adjunta da ONU Mulheres, a desigualdade e exclusão prejudicam o capitalismo no Brasil, impedindo o desenvolvimento econômico sustentável. Ela destacou a importância de políticas públicas de geração de renda para combater o racismo institucional e promover um empreendedorismo sustentável.

Carolina Almeida, da ONG Geledés, ressaltou a necessidade de pensar em políticas que estimulem um desenvolvimento econômico inclusivo, combatendo o racismo institucional que perpetua a desigualdade no país. Segundo ela, sem resolver o problema racial, o Brasil não alcançará todo o seu potencial econômico.

Em meio a essas discussões, José Henriques Júnior, economista do Ministério da Fazenda, enfatizou o papel dos bancos multilaterais e de fomento, como o BNDES, na alavancagem de políticas públicas que promovam a inclusão econômica da população negra. Ele ressaltou a importância de desafiar a discriminação e garantir que o tema do empoderamento da população negra seja uma agenda central no país.

O evento evidenciou a necessidade de superar as desigualdades raciais no Brasil para impulsionar o crescimento econômico e garantir um desenvolvimento mais equitativo e sustentável para toda a sociedade.

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