Segundo Jennifer Sellitti, porta-voz da empresa Atlantic Wreck Salvage, os destroços foram localizados no mês passado, após mais de duas décadas de intensas buscas, e estão localizados a 320 quilômetros de New Bedford, Massachusetts. O reconhecimento do navio só foi possível graças às medições de um cilindro do motor que foram essenciais para sua identificação.
Ao descrever o estado atual dos destroços, Sellitti afirmou que o Le Lyonnais está irreconhecível em relação à sua aparência original, devido ao desgaste causado pelas “brutais” condições do Oceano Atlântico. Esse navio, construído em 1855 e comissionado pela empresa Compagnie Franco-Américaine, tinha como objetivo principal transportar passageiros e correspondências através do Atlântico, sendo uma tentativa pioneira da França em ter uma linha de passageiros bem-sucedida em um momento de transição da vela para o vapor.
A colisão que resultou no naufrágio do Le Lyonnais aconteceu na noite de 2 de novembro de 1856, quando o navio, com a maioria de suas 132 passageiros e tripulantes franceses a bordo, chocou-se com o Adriatic, um veleiro americano com destino à Geórgia. Jonathan Durham, capitão do Adriatic, posteriormente detido e julgado na França, relatou ao The New York Times que a colisão foi inevitável devido à repentina mudança de curso do Lyonnais.
Enquanto o Adriatic conseguiu chegar a Gloucester, Massachusetts, apesar dos danos sofridos, o Le Lyonnais ficou gravemente avariado, afundando alguns dias após a colisão e resultando em poucos sobreviventes. A história do naufrágio do Le Lyonnais traz à tona diversas questões sobre a navegação marítima do século XIX e a busca por melhores formas de transporte transatlântico, além de trazer à luz os perigos enfrentados pelas embarcações em alto mar. Essa descoberta histórica certamente traz novos insights sobre esse trágico episódio, enriquecendo a história marítima mundial.