A decisão de adiar o julgamento foi tomada pelo presidente do tribunal, que mencionou a possível necessidade de remarcar a data do processo devido à falta de disponibilidade do réu. Pelicot, que supostamente administrava drogas à sua esposa para que fosse estuprada por outras pessoas, está impossibilitado de comparecer às audiências devido a problemas de saúde.
Apesar do esperado interrogatório do réu Marcado para ter início na terça-feira, Pelicot não esteve presente nas audiências marcadas no Tribunal de Avignon, sul da França. Um médico que examinou o réu confirmou a necessidade de afastamento para tratamento, com possível internação, e previsão de retorno na segunda-feira.
Caso Pelicot retorne na data estipulada, o juiz Artata planeja priorizar seu interrogatório e o testemunho de sua ex-esposa, principal vítima do caso. A mulher teria sido vítima de estupro por dezenas de homens entre 2011 e 2020, em um caso que gerou grande comoção na França.
Além de Pelicot, outros 50 homens, com idades variando entre 26 e 74 anos, podem enfrentar penas de até 20 anos de prisão. O julgamento, que se tornou um símbolo do uso de drogas para a prática de agressões sexuais, reacendeu o debate sobre consentimento na sociedade francesa e mobilizou movimentos feministas em defesa das vítimas de abuso.