Um estudo realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em parceria com o coletivo Common Data, analisou o perfil das candidaturas registradas. Os números revelam que este ano houve um aumento de 14,13% no número de candidaturas declaradas como indígenas em comparação com 2020.
Pela primeira vez, os candidatos tiveram a opção de declarar sua etnia, com 1.966 candidatos indígenas divulgando sua identidade étnica, totalizando 176 etnias diferentes. As regiões do Brasil registram um crescimento na participação de indígenas nas eleições municipais, sendo Roraima o estado com a maior concentração de candidatos indígenas.
Apesar do aumento das candidaturas indígenas, a representatividade dessas comunidades ainda é limitada nos cargos executivos. Segundo o Inesc, os povos indígenas enfrentam desafios para propor políticas públicas em defesa de seus territórios e direitos, especialmente em um cenário de avanço de atividades agropecuárias predatórias e de mineração.
Os números também revelam que a maioria dos candidatos indígenas são homens, com 63,25% dos registros. Em relação ao alinhamento político, cerca de 41,87% dos candidatos estão afiliados a partidos de direita, enquanto 40,42% são de partidos de esquerda.
No total, 46 indígenas disputam o cargo de prefeito em todo o país, sendo apenas uma candidata a prefeita em uma capital. Nas eleições municipais deste ano, a participação política das comunidades indígenas reflete um maior engajamento desses povos em todo o Brasil.
Como resultado, a diversidade de perspectivas políticas dentro das comunidades indígenas se reflete nas escolhas partidárias dos candidatos, demonstrando a importância e a complexidade da representatividade indígena no cenário político nacional.