“Não deveria haver confronto com as mulheres. Haverá um acompanhamento para garantir que elas não sejam incomodadas”, afirmou o presidente em suas declarações. Essa postura representa uma mudança significativa em relação à atuação da polícia da moralidade, que costumava impor regras rígidas sobre o vestuário feminino de acordo com os princípios do código de vestimenta islâmico.
Essa declaração de Pezeshkian vem em um momento simbólico, coincidindo com o segundo aniversário da morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos. Amini faleceu enquanto estava detida por supostamente violar o rigoroso código de vestimenta, o que gerou uma onda de protestos no país, resultando em confrontos violentos e prisões em massa de manifestantes.
Essa postura mais liberal do presidente também foi evidenciada durante a campanha eleitoral, na qual ele se comprometeu a se opor às patrulhas policiais que monitoram o uso do véu islâmico pelas mulheres, além de flexibilizar as restrições de acesso à internet.
Pezeshkian assumiu o cargo após a morte do ultraconservador Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em maio. Sua postura mais progressista e comprometida com os direitos das mulheres representa uma mudança significativa no cenário político do Irã e traz esperanças de uma maior liberdade e igualdade para as mulheres no país.