Na Venezuela, o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, encontra-se exilado na Espanha desde setembro de 2024, após denunciar a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições de julho do mesmo ano. Esse resultado não foi reconhecido pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países da América Latina.
Kevin Casas-Zamora, secretário-geral da International IDEA, afirmou que Maduro decidiu transformar a Venezuela em uma espécie de Coreia do Norte para permanecer no poder. O relatório também revelou que o índice de participação eleitoral global caiu quase 10 pontos percentuais entre 2008 e 2023, passando de 65,2% para 55,5%.
O relatório mostrou ainda que quase metade dos 173 países avaliados apresentam um retrocesso em pelo menos um critério importante para a definição de democracia. Nos Estados Unidos, três indicadores – credibilidade das eleições, liberdades civis e igualdade política – diminuíram em relação a 2015.
Casas-Zamora ressaltou a importância de propagar dúvidas sobre um sistema eleitoral sólido e confiável, que tem sido um fenômeno mundial. Ele destacou que líderes políticos que se recusam a reconhecer a credibilidade das eleições distorcem a confiança do público na vitória de um rival.
Apesar dos resultados desanimadores do relatório, Casas-Zamora mencionou que houve eleições recentes com alternância pacífica de poder em alguns países, como Guatemala, Índia, Polônia e Senegal. A análise do relatório sugere um cenário sombrio para a democracia global, com guerras, mudanças climáticas e desigualdades sociais que contribuem para a erosão dos regimes democráticos.