Relatório aponta queda na participação eleitoral e aumento das contestações de resultados em nível mundial, destacando a situação na Venezuela.

A participação eleitoral está em declínio em todo o mundo, juntamente com um aumento das contestações dos resultados das eleições, como foi o caso recentemente na Venezuela. Um relatório publicado nesta terça-feira (17) revelou que, entre meados de 2020 e meados de 2024, em cerca de um em cada cinco países examinados pela organização International IDEA, os resultados de uma eleição foram contestados por um candidato à presidência ou por um partido derrotado. Além disso, uma em cada dez eleições foi boicotada pelas legendas de oposição.

Na Venezuela, o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, encontra-se exilado na Espanha desde setembro de 2024, após denunciar a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições de julho do mesmo ano. Esse resultado não foi reconhecido pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países da América Latina.

Kevin Casas-Zamora, secretário-geral da International IDEA, afirmou que Maduro decidiu transformar a Venezuela em uma espécie de Coreia do Norte para permanecer no poder. O relatório também revelou que o índice de participação eleitoral global caiu quase 10 pontos percentuais entre 2008 e 2023, passando de 65,2% para 55,5%.

O relatório mostrou ainda que quase metade dos 173 países avaliados apresentam um retrocesso em pelo menos um critério importante para a definição de democracia. Nos Estados Unidos, três indicadores – credibilidade das eleições, liberdades civis e igualdade política – diminuíram em relação a 2015.

Casas-Zamora ressaltou a importância de propagar dúvidas sobre um sistema eleitoral sólido e confiável, que tem sido um fenômeno mundial. Ele destacou que líderes políticos que se recusam a reconhecer a credibilidade das eleições distorcem a confiança do público na vitória de um rival.

Apesar dos resultados desanimadores do relatório, Casas-Zamora mencionou que houve eleições recentes com alternância pacífica de poder em alguns países, como Guatemala, Índia, Polônia e Senegal. A análise do relatório sugere um cenário sombrio para a democracia global, com guerras, mudanças climáticas e desigualdades sociais que contribuem para a erosão dos regimes democráticos.

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