A reforma estabeleceu a eleição direta de todos os juízes no México, incluindo os da Suprema Corte, que ocorrerá em 2025 e 2027, possibilitando que os atuais titulares se candidatem. No entanto, em agosto, Salazar expressou preocupação com a reforma, considerando-a uma ameaça à relação comercial entre os dois países e um risco para a democracia mexicana. Esses comentários irritaram o presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que promulgou a lei no domingo.
Apesar das divergências, os Estados Unidos enxergam a promulgação da lei à luz dos esforços conjuntos para promover a competitividade e a integração econômica entre os países. O México é o principal parceiro comercial dos EUA, e ambos integram o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), que visa incentivar o comércio entre os países.
Com um intercâmbio comercial de 745 bilhões de dólares em 2023, analistas e agências de classificação alertam que a reforma pode enfraquecer a economia mexicana e erodir o equilíbrio dos poderes do país. Apesar das preocupações levantadas, o presidente mexicano defende a reforma como um mecanismo para combater a corrupção no Judiciário e servir de exemplo para o mundo.
Diante desse cenário, os Estados Unidos reiteram seu posicionamento crítico em relação à reforma judicial no México, ao mesmo tempo em que buscam manter o diálogo com as autoridades mexicanas para discutir os impactos e a aplicação da nova legislação. A relação comercial e as questões diplomáticas entre os dois países permanecem em destaque diante desse debate.