Luís Fernando Amato Lourenço, o cientista responsável pelo estudo, afirmou que a maioria dos microplásticos encontrados eram fragmentos de materiais comuns em roupas e embalagens, como polipropileno e nylon. A presença desses microplásticos no cérebro humano pode ter sérias consequências para a saúde, como o aumento do risco de infarto do miocárdio, AVC e até mesmo morte.
Uma das descobertas mais surpreendentes do estudo é que, embora microplásticos já tenham sido detectados em outros órgãos do corpo humano, como pulmões, intestinos e sangue, essa é a primeira vez que essas partículas são identificadas no cérebro. Essa é uma evidência preocupante do impacto negativo que os microplásticos podem ter em nossa saúde.
O bulbo olfativo, onde os microplásticos foram encontrados, está localizado na frente do cérebro humano. Esta descoberta sugere que a via olfativa pode ser uma porta de entrada para essas partículas no cérebro. Apesar de existir uma barreira que impede a maioria dos microplásticos de alcançar o cérebro, essas partículas podem se degradar em nanoplásticos, que são ainda menores e podem representar um risco maior para a saúde.
Para realizar o estudo, os pesquisadores examinaram tecidos dos bulbos olfativos de indivíduos falecidos durante autópsias de rotina. Eles adotaram abordagens rigorosamente livres de plástico em todos os procedimentos, garantindo a confiabilidade dos resultados obtidos.
Essa descoberta tem importantes implicações para a saúde pública e ressalta a necessidade de se combater a poluição por plásticos. Mais estudos são necessários para compreender melhor os efeitos dos microplásticos no corpo humano e desenvolver medidas para proteger nossa saúde.