Anatel verifica relatos de acesso à rede social X no Brasil, bloqueada por ordem do STF; usuários relatam acesso.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está em processo de verificação dos relatos de acesso à rede social X, que está bloqueada no país desde o último dia 30 por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na manhã de quarta-feira (18), usuários relataram que conseguiram acessar a rede, o que gerou questionamentos sobre a efetividade do bloqueio imposto pela Justiça.

Segundo a Anatel, não houve qualquer alteração na decisão judicial que proíbe o acesso à plataforma, e a agência está investigando os casos reportados. Já a assessoria do STF afirmou não possuir informações sobre essa situação em específico.

O ministro Alexandre de Moraes justificou a determinação de suspender o X no Brasil devido ao descumprimento de decisões judiciais pela plataforma, que fechou seu escritório no país e não designou um representante legal para atuar em território nacional – algo exigido pelo Código Civil brasileiro para empresas estrangeiras operarem no país.

Em seu despacho, Moraes destacou a gravidade das ações da rede social, que, mesmo após intimações judiciais para bloquear perfis com conteúdo criminoso, desobedeceu a ordem e ainda divulgou mensagem incitando o ódio contra o Supremo Tribunal Federal.

A decisão de suspender o X foi apresentada à 1ª Turma do STF, que votou a favor de manter a rede social fora do ar. Ministros como Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia apoiaram integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes, enquanto Luiz Fux apresentou ressalvas em sua decisão.

Controlada pelo magnata Elon Musk, a rede social X tem enfrentado controvérsias e confrontos com autoridades de diversos países, incluindo o Brasil, a União Europeia, a Austrália e outros. Enquanto Musk invoca a liberdade de expressão em países como a Alemanha e o Brasil, a plataforma tem seguido decisões judiciais de suspensão de conteúdos em locais como a Índia e a Turquia sem denunciar censura.

Além disso, Elon Musk está sob investigação no STF no contexto do inquérito das milícias digitais, que apura a atuação de grupos nas redes sociais que supostamente coordenaram ataques contra o STF, seus membros e o processo eleitoral brasileiro de 2022.

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