Desde o início do julgamento, no dia 2 de setembro, a França se comoveu com a história de Gisèle, que teve a coragem de manter as portas abertas do tribunal para se tornar um símbolo contra a violência sexual. Entretanto, essa coragem foi testada quando alguns advogados de defesa sugeriram sua cumplicidade nos abusos que sofreu.
Com lágrimas nos olhos, Gisèle Pelicot se pronunciou no tribunal, denunciando as acusações que sofreu. Ela se sentiu humilhada ao ser tachada de alcoólatra e cúmplice de Dominique Pelicot, seu ex-marido e principal acusado no caso.
Por sua vez, Dominique Pelicot testemunhou perante o tribunal e assumiu a responsabilidade pelos terríveis atos. Ele reconheceu que sua ex-mulher não merecia o que passou e fez uma declaração impactante afirmando que é um estuprador, assim como todos os envolvidos que sabiam que Gisèle estava sendo drogada.
A defesa de alguns acusados alegou desconhecimento sobre a situação e afirmaram que pensavam se tratar de um casal libertino. No entanto, Gisèle deixou claro que jamais consentiu com as agressões que sofreu e que foi vítima de um abuso brutal por uma década.
O caso veio à tona de forma acidental, quando Dominique foi flagrado filmando mulheres em um shopping center e os investigadores descobriram os arquivos dos estupros filmados em seu computador. Gisèle ressaltou durante a audiência que nunca deu consentimento para nenhum dos atos cometidos contra ela, alegando que estava em coma devido aos medicamentos administrados pelo ex-marido.
Diante de toda essa complexidade e crueldade do caso, a justiça segue seu curso no julgamento do ex-marido de Gisèle Pelicot, enquanto a França e o mundo acompanham atentamente cada detalhe dessa história terrível e perturbadora.
