A Nasa já havia previsto essa possibilidade e preparou um plano de contingência caso os astronautas permanecessem na estação depois do período eleitoral. Graças a uma lei especial do Texas, Williams e Wilmore ainda poderão cumprir seu dever cívico, mesmo estando a cerca de 400 quilômetros de altitude.
Durante uma entrevista coletiva na estação espacial, Williams afirmou: “É um dever muito importante que temos como cidadãos e estou ansioso para poder votar do espaço, o que é muito legal”. Os astronautas americanos têm o direito de votar do espaço desde 1997, quando a Legislatura do Texas aprovou um projeto de lei para incluir “uma pessoa que atenda aos requisitos de elegibilidade de um eleitor, mas que estará em um voo espacial durante o período de votação antecipada e no dia da eleição”. O astronauta da NASA, David Wolf, foi o primeiro americano a votar do espaço na Estação Espacial Mir.
As cédulas preenchidas no espaço serão transmitidas para a Terra através da Near Space Network da NASA, uma constelação de satélites que se comunicam com antenas em nosso planeta. Após o preenchimento das cédulas eletrônicas de ausentes por Wilmore e Williams, os formulários serão criptografados e transferidos para o sistema de computador de bordo da estação espacial.
Posteriormente, as cédulas serão enviadas por um satélite de rastreamento e retransmissão de dados para uma antena terrestre na NASA White Sands Test Facility em Las Cruces, Novo México. A agência espacial então encaminhará as cédulas para o controle da missão em Houston e, finalmente, para o escrivão do condado responsável pelo processamento das cédulas.
Essa situação inusitada mostra a importância e a complexidade de garantir o direito de voto mesmo em circunstâncias extremas. Williams e Wilmore poderão exercer sua cidadania de uma forma única e especial, votando diretamente do espaço sideral. Um feito que certamente ficará marcado na história da exploração espacial.