Embora o Papa não tenha mencionado diretamente a Argentina nem o presidente Milei, suas palavras deixaram claro seu desagrado com a situação no país sul-americano. Ele questionou o motivo pelo qual os manifestantes não poderiam reivindicar seus direitos de forma pacífica e sem violência, ressaltando que a ação repressiva do governo em vez de buscar justiça social, optou por usar força bruta contra os cidadãos.
Ao abordar a questão da injustiça social, o Papa Francisco alertou para os perigos da divisão e da escalada da violência que podem surgir quando as demandas legítimas da população são ignoradas. Suas palavras ecoaram além das fronteiras argentinas, levando o governo a reagir publicamente às críticas papais. O porta-voz presidencial Manuel Adorni afirmou que o governo argentino respeita as opiniões do Papa, mesmo que haja divergências em alguns pontos.
O presidente Javier Milei, conhecido por sua postura ultraliberal e medidas de austeridade, tem sido alvo de críticas internas e externas por suas políticas econômicas e sociais. Seu encontro com o Papa em fevereiro deste ano evidenciou as diferenças de visão entre os dois líderes, com Francisco defendendo a assistência aos mais necessitados e denunciando as injustiças do sistema financeiro global.
A possível visita do Papa Francisco à Argentina, país de origem do pontífice, permanece em aberto, com questões a serem resolvidas antes de uma confirmação oficial. Enquanto isso, as tensões políticas e sociais na Argentina continuam a crescer, refletindo um cenário de divisão e incerteza no país.