Em seu discurso, Lula citou o Pacto para o Futuro, um documento adotado pelos países para fortalecer a cooperação global, destacando que a difícil aprovação desse pacto demonstra o enfraquecimento da capacidade coletiva de negociação e diálogo. O presidente também ressaltou a falta de união em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde, mesmo diante da tragédia da covid-19.
A crise da governança global foi apontada por Lula como uma questão que exige transformações estruturais, com a necessidade de uma ampla revisão da Carta das Nações Unidas. O presidente enfatizou a importância de contemplar desafios urgentes enfrentados pela humanidade, como os conflitos armados e a ausência de equilíbrio de gênero nas mais altas funções da ONU.
Lula também propôs uma série de transformações no sistema de governança internacional, incluindo a reforma do Conselho de Segurança da ONU para garantir uma representação adequada de países emergentes. O presidente destacou a exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança, ressaltando a urgência em tornar esse órgão mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas.
Além disso, Lula abordou temas prioritários do Brasil no G20, como o combate às desigualdades, fome e mudanças climáticas, reforçando a importância de reformar as instituições de governança global. O presidente brasileiro ainda participou de reuniões bilaterais com líderes internacionais e coordenou o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em parceria com o presidente espanhol Pedro Sanchez.
O discurso de Lula na ONU reflete suas preocupações com a necessidade de reformas profundas no sistema internacional, visando a uma maior representatividade e eficácia das instituições multilaterais no enfrentamento dos desafios globais. A expectativa é de que suas propostas inspirem mudanças significativas no âmbito da governança global e na atuação dos líderes mundiais diante das questões prementes da atualidade.