Alerj entra com recurso contra liminar que suspende investigação de irregularidades nos planos de saúde de pessoas com deficiência.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deu mais um passo em sua luta pela continuidade dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar denúncias de irregularidades nos planos de saúde de pessoas com deficiência. Nesta terça-feira (24), a Alerj entrou com um agravo regimental contra a decisão liminar do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) que suspendeu temporariamente os trabalhos da CPI.

O presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União), juntamente com os parlamentares que compõem a CPI, manifestaram-se contrariamente à decisão do TJRJ, emitida pela desembargadora Cintia Santarém Cardinali na última quinta-feira (19). O deputado Fred Pacheco (PMN), presidente da CPI, afirmou que embora as decisões judiciais devam ser cumpridas, a Procuradoria-Geral da Alerj tomou todas as medidas legais cabíveis contra a liminar.

O deputado Pacheco também ressaltou a importância da instalação da comissão, a primeira da história do Brasil a investigar os planos de saúde de pessoas com deficiência. Ele criticou a decisão da Justiça, classificando-a como imoral e destacando a necessidade de proteger as pessoas mais vulneráveis. Pacheco enfatizou que muitas famílias estão sofrendo devido ao cancelamento unilateral de contratos de planos de saúde, o que pode resultar na interrupção de tratamentos vitais.

A liminar da desembargadora Cintia Cardinali suspende a CPI até que o colegiado do TJRJ julgue o mérito do mandado de segurança impetrado pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). O motivo alegado para a suspensão foi a possibilidade de danos irreparáveis à imagem das empresas de planos de saúde. No entanto, Bacellar enfatizou que o objetivo da Alerj não é difamar as corretoras, mas sim alcançar um acordo que beneficie as famílias afetadas.

A CPI, criada por resolução do Parlamento fluminense e instalada em junho deste ano, já realizou seis reuniões e ouviu diversas entidades que representam os planos de saúde, além de pais e responsáveis por pessoas com deficiência. A vice-presidente da CPI, deputada Carla Machado (PT), reiterou o compromisso do grupo em continuar apoiando as famílias afetadas, ressaltando a necessidade urgente de melhorias no atendimento a pessoas com deficiência. A parlamentar criticou o descaso enfrentado por milhares de famílias que lutam para garantir o bem-estar e a saúde de seus entes queridos.

Diante da suspensão temporária da CPI, os integrantes da comissão permanecem empenhados em buscar soluções para garantir o acesso adequado aos serviços de saúde para pessoas com deficiência. A Alerj demonstra sua determinação em defender os interesses daqueles que mais precisam, buscando reverter a decisão judicial e retomar o trabalho em benefício das famílias afetadas pela situação.

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