De acordo com ele, os iranianos demonstram disposição em se comprometer novamente, não apenas com a AIEA, mas também com os antigos parceiros do acordo nuclear de 2015. No entanto, Teerã não deseja readmitir os inspetores cuja acreditação foi retirada, o que tem sido um obstáculo para o progresso das negociações.
Desde 2021, o Irã reduziu significativamente as inspeções em suas instalações, desconectando câmeras de vigilância e suspendendo a acreditação de especialistas. Grossi tem uma visita marcada a Teerã em outubro, mas o Irã já comunicou que não planeja modificar sua posição em relação aos inspetores, agravando ainda mais a situação.
Teerã, desde a posse do presidente reformista Masoud Pezeshkian, tem manifestado interesse em reativar as negociações para restabelecer o acordo concluído em 2015. Conhecido como JCPOA, o pacto visava regulamentar as atividades atômicas do Irã em troca do fim das sanções internacionais, mas a retirada dos EUA em 2018, sob o comando de Donald Trump, comprometeu o acordo.
As conversas em Viena foram interrompidas em 2022, e os europeus mantêm certa cautela em relação ao retorno às negociações. A intenção do Irã de restabelecer o diálogo é vista com esperança, mas ainda há muitos pontos a serem discutidos para se chegar a um novo acordo. A decisão final sobre o formato e as condições do pacto competirá aos negociadores, que buscarão uma solução viável, realista e útil. Os europeus, por sua vez, permanecem cépticos quanto a uma volta ao quadro do pacto original, conforme apontou uma fonte diplomática.
Dessa forma, as negociações nucleares entre o Irã e as potências internacionais seguem em um impasse delicado, com desafios complexos a serem superados para atingir um consenso. A visita de Rafael Grossi a Teerã em outubro poderá fornecer mais informações sobre o rumo das negociações e a possibilidade de um acordo satisfatório para ambas as partes.