Essa falta de exigência de formação em medicina é alarmante, especialmente considerando que boa parte desses cursos propõe ensinar técnicas invasivas e de risco, como a aplicação de fenol e de polimetilmetacrilato (PMMA). Segundo o CFM, essas técnicas podem representar um perigo para a saúde dos pacientes, caso sejam realizadas por profissionais não qualificados.
Além disso, o levantamento mostrou que os cursos de estética oferecem mais de 1,4 milhão de vagas, sendo que 81% delas são vinculadas ao ensino à distância. Isso levanta preocupações adicionais sobre a qualidade e a segurança desses cursos, especialmente após casos como o da influencer Natalia Becker, acusada pela morte do empresário Henrique Chagas após aplicar um peeling de fenol, procedimento que ela teria aprendido em um curso à distância.
Diante desse cenário, o CFM aprovou um pacto em favor da segurança do paciente e em defesa do ato médico. O objetivo é evitar a proliferação de cursos de estética para não médicos e combater o exercício ilegal da medicina. A entidade destaca que procedimentos invasivos devem ser realizados exclusivamente por médicos, conforme previsto na Lei do Ato Médico.
Diante do aumento de casos relacionados a complicações em procedimentos estéticos com PMMA e fenol, o CFM ressalta a importância de buscar profissionais qualificados e realizar os procedimentos em ambientes que atendam às normas da Anvisa e do próprio CFM. A população deve ficar atenta e buscar informações sobre a capacitação dos profissionais antes de se submeter a qualquer procedimento estético invasivo.