A CCJ aprovou um projeto para revogar a resolução do CNJ referente à Política Antimanicomial do Poder Judiciário.

Em uma importante sessão realizada na data de 09/08/2023, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 81/23. O relator do projeto, o deputado Felipe Francischini, recomendou a aprovação do mesmo, que visa suspender a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relacionada à Política Antimanicomial do Poder Judiciário. Nesta questão, a política em debate se relaciona com medidas destinadas ao tratamento de pessoas portadoras de transtornos mentais que cometeram crimes.

A Resolução 487/23, inserida na política, estabelece regras direcionadas ao atendimento especializado e apropriado de tais indivíduos. Dentre os seus principais pontos, está a proibição da internação destes pacientes em instituições de caráter asilar, como os hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico. Além disso, a norma também traça medidas para prevenir a descontinuidade do tratamento do acusado ou do indivíduo preso.

Um dos principais defensores do PDL 81/23, o deputado Kim Kataguiri, argumenta que o CNJ excedeu seus poderes ao estabelecer a resolução. Segundo Kataguiri, a medida estabelece direitos e obrigações que não foram garantidos em lei, e ainda assegura que pessoas não serão internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) juntamente com criminosos de alta periculosidade.

Neste sentido, o deputado Felipe Francischini também oferece seu apoio ao projeto e a outros associados a ele, concordando com a noção de que a referida resolução ultrapassou os termos definidos pela Lei Antimanicomial (Lei 10.216/01).

Contrariando a maioria, o deputado Patrus Ananias propôs um debate mais aprofundado sobre o PDL 81/23, sugerindo a participação de especialistas em saúde mental. No entanto, sua proposta de retirada do tema da pauta do congresso foi rejeitada.

O debate retirou conclusões distintas e controversas. De um lado, deputados favoráveis a revogação da resolução do CNJ. De outro, argumentos defendendo a característica da resolução que orienta uma avaliação individual e terapêutica particularizada daqueles que necessitam de internação, rejeitando assim a “lógica medieval” dos hospícios e reforçando a dignidade humana.

Agora, o projeto segue para análise aprofundada do Plenário da Câmara, onde mais debates e trocas de ideias irão acontecer.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo