Depoente nega desvio de recursos e desfalque na MSK; contradiz versão dos sócios.

Atualmente, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras está investigando um golpe milionário envolvendo criptomoedas. Nessa quarta-feira (30), a CPI ouviu o depoimento de Saulo Gonçalves Roque, que negou qualquer envolvimento com a MSK Operações e Investimentos, empresa investigada por esse esquema fraudulento.

Roque, que também é investigado pelos fundadores da MSK, Carlos Eduardo de Lucas e Glaidson Tadeu Rosa, rebateu as acusações de que teria desviado recursos da empresa, levando-a a deixar de remunerar seus clientes. Segundo ele, há dois anos enfrenta as acusações de desvio de R$ 400 milhões, mas nega qualquer responsabilidade nesse caso.

A polícia de São Paulo já indiciou a MSK por pirâmide financeira e lavagem de dinheiro em 2022. A empresa prometia um retorno fixo de 5% em operações com ativos digitais, mas parou de pagar os investidores em dezembro de 2021. Estima-se que cerca de 3 mil clientes tenham sido prejudicados pelo golpe, que captou mais de US$ 1 bilhão e desviou esses valores para carteiras não identificadas.

Durante o depoimento, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, questionou Roque sobre sua responsabilidade dentro da empresa. Ribeiro informou que Glaidson, um dos sócios da MSK, afirmou que Roque era o responsável por todas as negociações e administrava as carteiras desde 2018. No entanto, Roque afirmou que a responsabilidade por todas as operações era de Fernando Fernandes Gomes, que também foi convocado pela CPI, mas ainda não foi localizado.

Roque declarou que nunca teve a responsabilidade de gerir recursos ou fazer pagamentos na MSK. Seu papel na empresa era de consultor, indicando o momento para comprar ou vender ativos digitais. Ele ainda revelou que recebia um salário entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

Em relação à sua empresa anterior, Roque admitiu que operava com criptomoedas e oferecia lucros de 31% ao mês aos clientes. Ele afirmou que, por um tempo, conseguiu fazer os pagamentos, mas depois enfrentou dificuldades nas operações. Atualmente, ele pretende pagar os cerca de 100 clientes que ainda aguardam reembolso em até dois anos.

O ex-empregado da MSK, Christian Jardiel Braz, também foi ouvido pela CPI e afirmou que Saulo Roque desviou recursos da empresa. Braz apresentou registros internos de compra e venda, e-mails e depoimentos de Roque à polícia para embasar suas acusações.

A CPI das Pirâmides Financeiras foi instalada em junho deste ano e tem 120 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogada por mais 60 dias se houver requerimento assinado por 1/3 dos deputados. A comissão tem como objetivo investigar esquemas de pirâmides financeiras envolvendo o uso de criptomoedas, que têm prejudicado diversos investidores.

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