Entretanto, dois votos em separado foram protocolados nesta terça-feira (19) pelos deputados Alfredinho (PT-SP) e Tarcísio Motta (Psol-RJ) em conjunto com a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), divergindo da posição do relator em não incriminar os responsáveis pelas fraudes. Motta e Melchionna responsabilizam os três acionistas de referência do grupo Americanas S/A – Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles. Além disso, eles também incluem os administradores das empresas de auditoria externa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes LTDA e KPMG do Brasil, juntamente com instituições bancárias como Banco Santander S/A, Banco Itaú Unibanco S/A e Banco ABC Brasil.
Por outro lado, Alfredinho alega que há “neutralidade excessiva” no relatório oficial e se posiciona contra a tese de que os acionistas são vítimas e não responsáveis pela saúde da empresa e sua condução. É importante ressaltar que os votos em separado só seriam colocados em votação caso o relatório oficial fosse rejeitado.
Carlos Chiodini justifica sua posição de não incriminar os responsáveis pelas fraudes, argumentando que seria imprudente fazê-lo sem provas conclusivas e com os inquéritos policiais ainda em andamento.
A votação do relatório final foi adiada para a próxima terça-feira (26), dando prazo para os parlamentares analisarem as diferentes posições e se prepararem para a decisão final. A CPI da Americanas tem sido acompanhada de perto pela imprensa e pela opinião pública, devido à gravidade dos fatos investigados e às possíveis consequências para a empresa e seus responsáveis.
A fraude contábil nas Americanas é um caso que desperta preocupação, não apenas pelo montante envolvido, mas também pelas possíveis repercussões no mercado financeiro e na confiança dos investidores em relação às empresas brasileiras. A expectativa agora é que a CPI da Americanas conclua os trabalhos e apresente as conclusões finais o mais breve possível, a fim de que sejam tomadas as medidas necessárias para evitar a repetição de casos semelhantes no futuro.
*Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
