Comissão especial ouvirá vítimas de violência obstétrica no dia 4; depoimentos trarão relatos impactantes sobre maus-tratos durante a gestação.

A Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara dos Deputados adiou para o próximo dia 4 a audiência que faria nesta quarta para ouvir algumas vítimas desse tipo de violência. A decisão foi tomada devido à necessidade de dar voz às mulheres que sofreram com a violência durante o processo de gestação e parto.

A violência obstétrica é caracterizada pelo desrespeito à autonomia e ao corpo da gestante, podendo incluir práticas como agressões físicas, verbal e emocional, falta de informação adequada, negligência nos cuidados de saúde e imposição de procedimentos desnecessários.

A 1ª vice-presidente da comissão, deputada Silvye Alves, ressaltou a importância de ouvir as vítimas para compreender melhor a dimensão do problema e tomar medidas efetivas para combatê-lo. Segundo ela, é fundamental que a sociedade se solidarize com essas mulheres e trabalhe para garantir que casos de violência obstétrica não se perpetuem.

Uma pesquisa recente intitulada “Nascer no Brasil” revelou dados alarmantes sobre a violência obstétrica no país. De acordo com o estudo, 45% das mulheres entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de violência obstétrica no Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto que na rede privada esse percentual é de 30%.

Diante desses números preocupantes, a comissão foi criada em março deste ano com o objetivo de investigar e propor soluções para o problema da violência obstétrica e da morte materna. A presidente da comissão, deputada Soraya Santos, e a relatora, deputada Any Ortiz, têm a responsabilidade de conduzir os trabalhos e elaborar um relatório que aponte medidas eficazes para combater essa forma de violência.

A audiência que foi adiada para o próximo dia 4 será uma oportunidade para que as vítimas de violência obstétrica possam compartilhar suas experiências e contribuir com o trabalho da comissão. Espera-se que esse encontro permita uma reflexão mais profunda sobre o tema e ajude a criar parâmetros que impeçam a perpetuação desses casos.

A violência obstétrica é uma realidade que precisa ser enfrentada e combatida. É necessário que sejam garantidos mecanismos de proteção às gestantes e que os profissionais de saúde sejam devidamente capacitados e sensibilizados para prestar um atendimento humanizado durante todo o processo gestacional. Somente assim será possível garantir o respeito à autonomia e ao corpo das mulheres, evitando traumas e garantindo uma maternidade segura e saudável para todas.

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