Entre as pessoas que receberam pedidos de indiciamento estão assessores do deputado Valmir Assunção (PT-BA) e o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias. Salles acusa o general de ter mentido à CPI.
Durante a leitura do parecer, o deputado também mencionou 25 iniciativas já protocoladas na Câmara dos Deputados que, em sua opinião, devem ser votadas para trazer segurança jurídica e previsibilidade ao campo. Ele também defendeu o apoio aos assentamentos existentes, ressaltando a importância da eficiência, meritocracia e produtividade.
Salles destacou o aumento das invasões de terras a partir de janeiro deste ano, afirmando que crimes graves têm sido cometidos não apenas contra os produtores rurais, mas também contra os mais humildes membros desses grupos e movimentos de luta pela terra.
No entanto, o relatório do deputado foi duramente criticado pela deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), que considerou o documento mal escrito e sem provas robustas. Ela afirmou que o relatório será derrotado, pois muitos parlamentares não vão querer se associar a algo tão desqualificado.
O parecer de Salles também denuncia o movimento sem-terra, alegando que a reforma agrária é uma política pública ultrapassada e ineficiente. O relator acusa as lideranças e os militantes do movimento de obterem vantagens pessoais e explorarem os assentados, que estariam sendo submetidos a trabalho análogo à escravidão.
Segundo Salles, durante o governo do presidente Lula, as facções sem-terra aparelharam o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ele ainda ressaltou a gravidade da situação no sul da Bahia, onde haveria conivência do governo local.
A CPI, instalada em maio, tem como objetivo investigar as invasões do MST. O prazo para o funcionamento do colegiado termina no dia 26, quando está programada a votação do parecer de Salles.