Relator da CPI do MST requer indiciamento de 11 indivíduos perante os resultados das investigações.

Na tarde desta quinta-feira (21), o deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), apresentou um parecer em que solicita o indiciamento de 11 pessoas. O relatório será votado na próxima terça-feira (26), após um pedido de vista conjunto.

Entre as pessoas que receberam pedidos de indiciamento estão assessores do deputado Valmir Assunção (PT-BA) e o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias. Salles acusa o general de ter mentido à CPI.

Durante a leitura do parecer, o deputado também mencionou 25 iniciativas já protocoladas na Câmara dos Deputados que, em sua opinião, devem ser votadas para trazer segurança jurídica e previsibilidade ao campo. Ele também defendeu o apoio aos assentamentos existentes, ressaltando a importância da eficiência, meritocracia e produtividade.

Salles destacou o aumento das invasões de terras a partir de janeiro deste ano, afirmando que crimes graves têm sido cometidos não apenas contra os produtores rurais, mas também contra os mais humildes membros desses grupos e movimentos de luta pela terra.

No entanto, o relatório do deputado foi duramente criticado pela deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), que considerou o documento mal escrito e sem provas robustas. Ela afirmou que o relatório será derrotado, pois muitos parlamentares não vão querer se associar a algo tão desqualificado.

O parecer de Salles também denuncia o movimento sem-terra, alegando que a reforma agrária é uma política pública ultrapassada e ineficiente. O relator acusa as lideranças e os militantes do movimento de obterem vantagens pessoais e explorarem os assentados, que estariam sendo submetidos a trabalho análogo à escravidão.

Segundo Salles, durante o governo do presidente Lula, as facções sem-terra aparelharam o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ele ainda ressaltou a gravidade da situação no sul da Bahia, onde haveria conivência do governo local.

A CPI, instalada em maio, tem como objetivo investigar as invasões do MST. O prazo para o funcionamento do colegiado termina no dia 26, quando está programada a votação do parecer de Salles.

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