Iniciada em maio deste ano, a investigação parlamentar deveria ter sido concluída em setembro, mas não houve consenso entre os membros da comissão. Wellington Roberto (PL-PB), José Rocha (União-BA), Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG) e Márcio Marinho (Republicanos-BA) foram os deputados que solicitaram vista do relatório, mostrando insatisfação com as investigações e as conclusões apresentadas por Carreras.
Durante a reunião, os deputados expressaram críticas ao relatório preliminar elaborado pelo deputado Carreras. Wellington Roberto afirmou: “Peço vista desse relatório que não diz nada com nada. Não diz nem aquilo que deixou de acontecer aqui, nesta comissão, que foram requerimentos aprovados de convocação e de convites que não foram concretizados”. Já Marcelo Álvaro Antônio destacou a não convocação das empresas de apostas, conhecidas como “bets”, afirmando que o relatório frustrou as expectativas de um trabalho sério.
Felipe Carreras, por sua vez, justificou a não responsabilização das empresas de apostas, citando a falta de indícios identificados por órgãos competentes como o Ministério Público de Goiás e a Polícia Federal. Ele também ressaltou a importância de projetos de lei para disciplinar o futebol brasileiro e combater a manipulação de resultados.
Apesar de encerrada sem conclusões oficiais, a CPI levou ao indiciamento de 14 pessoas e ao banimento de três jogadores pela Fifa. Carreras pretende dar continuidade aos quatro projetos de lei propostos em seu relatório, visando disciplinar o futebol brasileiro e combater a prática criminosa de manipulação de resultados.
A última reunião da CPI foi marcada por discussões acaloradas entre os deputados, que queriam dar continuidade ao debate sobre o relatório, mesmo sem perspectiva de votação. O presidente da comissão, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), encerrou a sessão, alegando que o pedido de vista inviabilizava a continuidade dos trabalhos.
Ao longo dos quatro meses de investigação, a CPI realizou nove audiências públicas, ouvindo jogadores, investigadores, representantes da CBF, do governo e de casas de apostas. Agora, fica a incerteza sobre o futuro do relatório e das medidas propostas para combater a manipulação de resultados no futebol brasileiro.
