Aumento do preço das passagens aéreas no Brasil é explicado pelo combustível e dólar, afirma representante do setor

No último dia 29 de setembro de 2023, durante uma reunião da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, foi discutida a questão do aumento dos preços das passagens aéreas no Brasil. De acordo com Jurema Monteiro, representante da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, esse aumento pode ser explicado pelo aumento dos preços dos combustíveis e do dólar. Segundo ela, enquanto o peso do combustível no mercado brasileiro é de 40%, nos Estados Unidos, por exemplo, esse peso é de apenas 20%. O mesmo ocorre em outros países da região, como Chile e Colômbia.

Monteiro ressaltou também que, há três anos, o impacto do preço do combustível no valor das passagens era de 30%. Por isso, ela defende uma nova política de preços para os combustíveis, o que poderia resultar em uma diminuição de até 17% no preço das passagens.

No entanto, a representante da associação argumenta que os preços das passagens não são excessivos. Segundo ela, apenas 5% dos bilhetes têm tarifas superiores a R$ 1.500. A maioria dos passageiros consegue encontrar tarifas competitivas abaixo de R$ 500, desde que se planeje e compre antecipadamente.

Eduardo Catanant, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), explicou que os preços das passagens podem variar de acordo com a antecedência na compra. Ele exemplificou com uma situação em que uma pessoa paga R$ 200 em uma passagem e outra paga R$ 1.200 para viajar no mesmo voo, com as mesmas condições e no mesmo horário. Segundo ele, a diferença se deve ao fato de que a pessoa que pagou mais barato conseguiu se programar e comprar a passagem com antecedência, enquanto os lugares com preços mais elevados são geralmente os últimos a serem vendidos e correspondem ao lucro da empresa.

Para Catanant, a solução para os altos preços das passagens envolve a entrada de novas companhias no mercado. Ele acredita que a concorrência entre as empresas resulta em ganhos de eficiência e melhores preços para os consumidores.

No entanto, o deputado Neto Carletto (PP-BA), que foi responsável por solicitar a audiência pública, cobrou mais benefícios para os consumidores. Ele destacou que a Câmara dos Deputados tem concedido incentivos ao setor aéreo, como isenções fiscais, mas não tem observado um gesto correspondente das empresas em relação aos consumidores.

Dados da Anac mostram que, em 2002, 38 milhões de brasileiros viajavam, sendo que apenas 0,1% das passagens era vendida abaixo de R$ 100. Atualmente, são 98 milhões de passageiros, e 11% das passagens são vendidas por menos de R$ 200.

Em resumo, a discussão sobre o aumento dos preços das passagens aéreas no Brasil envolve as questões do preço dos combustíveis e do dólar, a antecedência na compra das passagens, a concorrência entre as empresas e a necessidade de mais benefícios para os consumidores.

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