Convenção de Haia é usada como instrumento de coerção contra mães brasileiras e separa-as de seus filhos no exterior

O uso da Convenção de Haia como instrumento de coerção contra mães brasileiras será discutido em uma reunião da comissão mista permanente sobre migrações internacionais e refugiados, que acontecerá nesta terça-feira (3). A norma da Convenção de Haia proíbe que crianças e adolescentes sejam retirados de seu país de residência sem a autorização de ambos os pais. No entanto, segundo a senadora Mara Gabrilli, a aplicação dessa convenção tem levado à separação de centenas de mães brasileiras de seus filhos, uma vez que seus companheiros de diferentes nacionalidades se utilizam desse acordo para retomar a guarda das crianças.

Essas mulheres são, em muitos casos, vítimas de violência doméstica e familiar em outros países. Para protegerem seus filhos dessa violência, elas decidem retornar ao Brasil, deixando para trás suas vidas construídas no exterior. No entanto, ao chegarem ao país, elas continuam sofrendo perseguições por parte de seus agressores, que usam a Convenção de Haia como estratégia para reaver a guarda das crianças. Como resultado, essas mães são acusadas de sequestro internacional e passam a viver com seus filhos em condições de insegurança e indignidade.

A reunião que discutirá essa problemática acontecerá às 14h30, no plenário 9 da ala Alexandre Costa, no Senado. O debate será transmitido ao vivo pelo portal e-cidadania, no site senado.leg.br/ecidadania, e estará aberto à participação dos interessados.

A utilização da Convenção de Haia com esse propósito controverso tem despertado preocupações e é necessário debater maneiras de assegurar a proteção das mães e crianças brasileiras que se encontram nessa situação delicada. É fundamental encontrar soluções que garantam a segurança e dignidade dessas mulheres e crianças, levando em consideração os problemas específicos que enfrentam.

Além disso, é importante refletir sobre os mecanismos existentes para o combate à violência doméstica e familiar no exterior. É necessário avaliar se esses mecanismos são eficazes e suficientes para garantir a proteção das vítimas e prevenir que elas sejam expostas a novos riscos.

Esse debate é de extrema importância e pode resultar em medidas que aprimorem a atuação do Brasil na proteção das mães brasileiras e de seus filhos. Espera-se que os órgãos responsáveis e as autoridades competentes estejam abertos para ouvir os relatos das mães afetadas, bem como as propostas de mudanças e melhorias no sistema. A partir dessas discussões, é possível buscar soluções que garantam os direitos das mulheres e crianças envolvidas nesses casos delicados de violência doméstica transnacional.

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