Embora a Rússia não tenha conseguido o assento, o fato de ter recebido o apoio de quase metade dos 193 Estados membros da ONU é significativo. Richard Gowan, do International Crisis Group, comentou que isso respalda as alegações da Rússia de que seu isolamento diplomático está diminuindo gradualmente, à medida que muitos Estados se cansam dos debates sobre a Ucrânia. No entanto, os amigos da Ucrânia ainda são considerados a força mais poderosa.
A Assembleia Geral da ONU realizou uma votação para escolher 15 novos membros do Conselho de Direitos Humanos, cujos mandatos serão entre 2024 e 2026. Os eleitos ou reeleitos foram Malaui, Costa do Marfim, Gana, Burundi, Indonésia, Kuwait, Japão, China, Bulgária, Albânia, Brasil, Cuba, República Dominicana, Países Baixos e França.
Os 47 membros do Conselho são divididos por regiões e cada grupo regional costuma pré-selecionar seus candidatos, que são geralmente aprovados pela Assembleia Geral. No entanto, neste ano, dois grupos tinham mais candidatos do que assentos disponíveis: América Latina e Europa Oriental. No grupo regional da Europa Oriental, Bulgária e Albânia foram eleitos pela Assembleia Geral da ONU.
A candidatura russa gerou ceticismo, especialmente após o recente ataque com mísseis à cidade ucraniana de Groza, que resultou na morte de mais de 50 pessoas. Defensores dos direitos humanos e diplomatas ocidentais foram contra a reeleição da Rússia, destacando que um governo responsável por crimes de guerra e contra a humanidade não tem lugar no Conselho de Direitos Humanos.
Para integrar o Conselho de Direitos Humanos, um país precisa de 97 votos dos 193 países membros da ONU. Em abril de 2022, 93 países votaram a favor de suspender a Rússia do Conselho, enquanto 24 foram contra.
Embora a Rússia não tenha conseguido recuperar seu assento, o resultado da votação mostra o equilíbrio de forças entre os Estados membros da ONU e reflete as diferentes visões sobre a questão da Ucrânia. A disputa pelo assento da Rússia no Conselho de Direitos Humanos mostra a importância e a complexidade das relações internacionais e da diplomacia global.