Estudo revela que centenários possuem níveis mais baixos de açúcar no sangue e funções renais e hepáticas mais saudáveis.

Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Medicina Ambiental, Karolinska Institutet, na Suécia, e do Centro Nacional Cerebral e Cardiovascular, no Japão, revelou um possível segredo para uma vida mais longa: o sangue humano. Segundo a pesquisa, pessoas centenárias possuem níveis mais baixos de açúcar no sangue e funções renais e hepáticas mais saudáveis em comparação com aqueles que têm uma vida mais curta. No entanto, os centenários também apresentaram níveis mais elevados de colesterol total e ferro, o que pode ser atribuído a fatores de estilo de vida, como alimentação e consumo de álcool.

O estudo analisou 44 mil pessoas com mais de 60 anos, incluindo centenas de centenários, utilizando amostras de sangue para medir 12 biomarcadores associados à mortalidade em idosos ao longo de 35 anos. Entre esses biomarcadores estavam colesterol total, açúcar no sangue, marcadores do metabolismo, ácido úrico (indicador de inflamação), creatinina (indicador da função renal), ferro (ligado à anemia) e albumina (sinalizadora de doenças hepáticas ou renais).

Os resultados mostraram que apenas 2% das pessoas com colesterol total de 5,2 mmol/L ou menos viveram até os 100 anos, em comparação com 3% daqueles com 7,2 mmol/L ou mais. Além disso, não foram observadas diferenças nos níveis de inflamação, função hepática e anemia em centenários.

Uma pesquisa anterior apontava a albumina, uma proteína produzida pelo fígado encontrada no plasma sanguíneo, como um fator que aumenta as chances de sobrevivência em idades avançadas. No entanto, os resultados deste estudo contestam essa ligação.

Os pesquisadores enfatizam que, embora o acaso possa desempenhar um papel na longevidade, as diferenças nos biomarcadores encontradas mais de uma década antes da morte sugerem que fatores genéticos e/ou de estilo de vida podem influenciar a longevidade. No entanto, é necessário realizar mais pesquisas para confirmar essas descobertas e entender melhor a relação entre esses biomarcadores e a expectativa de vida.

Essas descobertas podem ter importantes implicâncias para a saúde e o envelhecimento humano, pois fornecem pistas sobre quais biomarcadores devem ser monitorados para identificar pessoas que têm maior probabilidade de alcançar uma longevidade excepcional. Além disso, essas informações podem ajudar na formulação de estratégias de prevenção e intervenção para promover uma vida mais longa e saudável.

No entanto, é importante ressaltar que cada indivíduo é único e os resultados desse estudo devem ser interpretados com cautela. A longevidade é influenciada por uma combinação complexa de fatores genéticos e ambientais, e mais pesquisas são necessárias para compreender completamente essa relação.

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