Debatedores e parlamentares analisam mudanças nas regras sobre compras no exterior. Associação critica protecionismo local no comércio eletrônico.

Debatedores e parlamentares se reuniram na Câmara dos Deputados para analisar possíveis mudanças nas regras sobre compras realizadas por pessoas físicas no exterior. No momento, operações feitas pela internet de até 50 dólares (R$ 245) não estão sujeitas ao Imposto de Importação. No entanto, a Comissão de Finanças e Tributação discutiu a possibilidade de aumentar esse limite, com alguns participantes defendendo a isenção de até 200 dólares, algo que é comum em países mais ricos.

Henrique Lian, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), argumentou que a regra atual não está relacionada à arrecadação tributária, mas sim ao protecionismo local. Ele afirmou que setores que não investem em inovação estão preocupados com a entrada de novos modelos de negócios. Além disso, destacou que durante a pandemia, 13 milhões de brasileiros utilizaram o e-commerce pela primeira vez, descobrindo mercados tanto piores quanto melhores que o brasileiro.

O deputado Zé Neto (PT-BA) também expressou sua preocupação em relação à questão do e-commerce, questionando se a indústria e o varejo nacional seriam prejudicados diante da possibilidade de facilitação de compras no exterior.

O relator do Projeto de Lei 2339/22, que tem como proposta acabar com a isenção do Imposto de Importação para compras de até 50 dólares feitas por pessoas físicas no comércio eletrônico, é o deputado Paulo Guedes (PT-MG). Ele afirmou que ainda não concluiu seu parecer sobre a proposta, e que estava ouvindo todos os interessados no projeto.

Além disso, Renato Agostinho, diretor da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sugeriu que os parlamentares aguardem o balanço do programa Remessa Conforme, que busca regularizar as operações internacionais no comércio eletrônico. O programa envolve a adesão voluntária de empresas e já inclui 67% do total de operações, com a expectativa de proporcionar maior controle sobre o comércio pela internet.

O debate ainda suscitou preocupações em relação ao impacto sobre os consumidores e a economia nacional, bem como sobre a regulamentação do e-commerce em outros países. Os debates continuam em aberto, com a necessidade de se ouvir diferentes perspectivas e considerar os potenciais desdobramentos das mudanças nas regras em discussão.

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