Estudo inédito da American Heart Association conclui que saúde do coração está diretamente ligada a envelhecimento biológico mais lento

Estudo inédito relaciona saúde cardiovascular diretamente com envelhecimento biológico, trazendo à tona novas descobertas que podem revolucionar a maneira como a medicina encara a manutenção do corpo ao longo da vida. A pesquisa realizada pela Associação Americana do Coração (AHA, do inglês American Heart Association) contou com 6.500 adultos e levou em consideração os marcadores que calculam a chamada PhenoAge, também conhecida como “idade fenotípica”. Para calcular esse número, médicos identificam nove componentes bioquímicos do sangue, como creatinina, linfócitos, fosfatase alcalina, entre outros, e traçaram um paralelo entre a saúde do coração e a quantidade de anos que a pessoa viveu. Os resultados do estudo revelaram uma relação direta entre a manutenção da saúde cardíaca e um envelhecimento biológico mais lento. Aqueles que seguiram as recomendações para manter o coração saudável pareciam ser seis anos mais jovens do que a sua idade cronológica. Desse grupo, a pesquisa apontou ainda que quatro hábitos cotidianos essenciais podem resultar nessa condição, sendo que até apenas um pode contribuir para o retardamento do envelhecimento biológico.

As oito medidas elencadas no guia “Life’s essential 8” são: comer bem, fazer atividades físicas, não fumar, dormir bem, manter um peso saudável, controlar o colesterol, monitorar o açúcar no sangue e administrar a pressão arterial. Os cientistas entenderam que os participantes que aderiram a um maior número dessas recomendações apresentaram maiores indicativos de saúde cardiovascular. A pesquisa foi supervisionada pelo epidemiologista cardiovascular Nour Makarem da Universidade de Columbia e está sendo debatida com mais detalhes durante o congresso Sessões Científicas da AHA, na Filadélfia (EUA), neste fim de semana. José Carlos Zanon, presidente do departamento de cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pontuou que os resultados do estudo não sugerem apenas uma maior expectativa de vida, mas sim a capacidade de envelhecer com qualidade de vida.

Em razão da importância do coração na saúde geral dos pacientes fortemente evidenciada por essa pesquisa, especialistas ressaltam a relevância de se investir na manutenção dos principais fatores de risco para garantir uma longevidade mais saudável. Nas últimas duas décadas, as doenças cardíacas foram responsáveis por grande parte das mortes no mundo. No Brasil, enfermidades cardiovasculares correspondem a 30% dos óbitos, enquanto no mundo são a causa de 32% das mortes. Fabrício Braga, mestre em cardiologia, e Maria Cristina Izar, cardiologista, ressaltam a relevância de um estilo de vida saudável para a estética. Além disso, os especialistas apontam que quatro das oito recomendações do guia “Life’s essential 8” já são suficientes para garantir boa saúde cardiovascular. Na opinião deles, a prática regular de exercícios físicos é um dos fatores-chave para uma sobrevida extra do coração.

Diante dos impactantes resultados do estudo, a imprensa chama a atenção para a necessidade de priorizar a adoção de um estilo de vida saudável a fim de garantir uma vida mais longa e saudável.

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