Proclamação e República: Desafios da Democratização e Diversidade no Brasil 134 Anos Depois

No dia 15 de novembro, o Brasil comemora a Proclamação da República, um marco importante na história do país. Nessa data, são lembradas duas palavras que marcaram o início de um novo regime político em 1889: Proclamação e República. No entanto, apesar de ter sido oficializada como um governo do povo, a República teve um início excludente, privilegiando apenas alguns setores sociais.

Historiadores apontam que a República foi um projeto liderado por elites militares e agrárias que excluíram boa parte da população brasileira, incluindo pobres, negros, indígenas e mulheres. De acordo com a historiadora Camilla Fogaça, do Coletivo Historiadores Negros Tereza de Benguela, a concepção de República era elitista e não permitia que mestiços e negros ocupassem espaços de poder.

O processo de Proclamação da República foi liderado por três forças: uma parte do Exército, fazendeiros do oeste paulista e representantes das classes médias urbanas. Com a vitória republicana, Dom Pedro II e a família imperial foram obrigados a se exilar na Europa.

Apesar da hegemonia branca e masculina, o jornalista e vereador negro José do Patrocínio assumiu um papel de destaque ao ler uma moção pública abolindo a monarquia na Câmara Municipal do Rio de Janeiro no dia 15 de novembro.

No entanto, a nova ordem sociopolítica da República também excluiu as mulheres, já que a Constituição de 1891 excluiu a participação feminina no direito de voto. Além disso, foram aprovados instrumentos restritivos que hierarquizaram os direitos políticos e civis, atingindo especialmente negros e pobres.

Passados 134 anos da Proclamação da República, a data é vista como uma oportunidade para refletir sobre os desafios atuais para tornar o país mais democrático e diverso. É preciso transformar o sistema de justiça, implementar políticas públicas para populações negras, democratizar o sistema de ensino e ampliar a participação de pessoas negras nos espaços de poder. São questões essenciais para a completa consolidação de uma república democrática e inclusiva.

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