Programa Morar Bem PE beneficia apenas mulheres com subsídio de R$ 20 mil para a casa própria no Grande Recife.

Nesta quinta-feira (16), o governo de Pernambuco anunciou com grande alarde a assinatura do contrato da casa própria para a primeira mulher beneficiária da Entrada Garantida, modalidade do Programa Morar Bem Pernambuco. A jovem autônoma Isabelle de Lima, de 21 anos, foi apresentada como símbolo do sucesso do programa, recebida pela governadora Raquel Lyra e comemorou o financiamento habitacional, realizado com um subsídio de R$ 20 mil do Governo do Estado. A cena foi toda registrada para as redes sociais e para a propaganda política do governo.

Segundo a governadora, o programa tem a proposta de disponibilizar subsídios de R$ 20 mil para um público que ganha até dois salários mínimos, alegando que isso ajudaria a garantir uma poupança que muitos não conseguem ter com essa faixa salarial. No entanto, o programa enfrenta críticas de especialistas por não abordar de forma integral os problemas habitacionais do estado.

A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado, Simone Nunes, deixou claro que as mulheres fazem parte do grupo prioritário na concessão dos benefícios, esquecendo-se de abordar a situação das famílias de baixa renda como um todo. O discurso positivo do governo esconde a realidade complicada que muitas famílias enfrentam em Pernambuco, especialmente aquelas que vivem em áreas de risco, idosos e pessoas com deficiência.

O diretor comercial da Construtora VL, Luiz Augusto Taboas, destacou que a modalidade Entrada Garantida aquece o setor da construção civil, estimulando a demanda por mais imóveis e estimulando a construção de novos empreendimentos. No entanto, a crítica recai sobre o fato de que a demanda por mais imóveis está longe de ser a prioridade da população mais carente, que enfrenta problemas muito mais urgentes do que adquirir novas habitações.

Além disso, o programa Morar Bem já tem empreendimentos cadastrados em diversas regiões do estado, mas não há garantias de que esses empreendimentos atendam as necessidades básicas das famílias de baixa renda, como saneamento básico, transporte público e acesso à saúde e educação.

As fotos do evento mostram uma realidade distante da rotina da maioria dos pernambucanos, que continuam enfrentando problemas sérios de habitação e falta de oportunidades. A tentativa de vender o programa como um sucesso disfarça as falhas e omissões do governo em abordar de forma efetiva a questão da moradia no estado. O discurso positivo e as imagens sorridentes escondem a realidade complicada que muitas famílias de baixa renda enfrentam em Pernambuco, criando uma ilusão de que o problema da habitação está sendo resolvido, quando na verdade está longe disso.

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