A expectativa de integrantes da área diplomática e do Palácio do Planalto é que a vitória de Massa traria alívio para o governo brasileiro, que acredita que não haverá surpresas com sua eleição. Mesmo diante da crise econômica que assola a Argentina há anos, a avaliação é que Massa seria uma opção menos incerta para os argentinos em comparação com Milei, que representa o desconhecido com suas ideias radicais.
De acordo com Virgílio Arraes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), a eleição presidencial da Argentina é angustiante para a sociedade, já que um candidato, Sergio Massa, apresenta um projeto fracassado, enquanto o outro, Javier Milei, tem um projeto considerado inviável. Arraes ainda destaca que, em uma eleição, uma candidatura representa a esperança, enquanto a outra representa o medo.
Porém, a eleição de Massa não traria grande impacto para o Brasil, pelo menos em um primeiro momento. Segundo o acadêmico, o Brasil já se adaptou à situação corrente da Argentina. A cientista política Denilde Holzhacker, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), também acredita que a vitória de Massa traria alívio para o governo brasileiro. Ela destaca que Lula e Massa compartilham ideias e valores políticos, o que facilitaria a cooperação e a coordenação entre os dois países.
Para interlocutores da área diplomática, uma aliança entre Brasil e Argentina garantiria maior estabilidade nas relações bilaterais e regionais. Entretanto, independentemente do resultado da eleição, a América Latina observa atentamente as consequências desse pleito e como ele influenciará o panorama político e econômico da região. A eleição na Argentina, segundo a professora Denilde, tem implicações profundas e desafiadoras para o Brasil e o governo Lula.
Com isso, a vitória de Massa seria considerada uma situação mais previsível e alinhada aos interesses do governo brasileiro. Mas cabe ressaltar que a diplomacia e as relações bilaterais entre Brasil e Argentina podem sofrer influência substancial da escolha feita pelos eleitores argentinos. Portanto, este é um momento que solicita análise minuciosa dos líderes políticos e acadêmicos em relação ao futuro das relações entre os dois países.