Durante o depoimento, Nogueira citou exemplos das ações do ministério que considera prejudiciais ao agronegócio, incluindo a supressão legal de vegetação após 2008, a expansão das competências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a suspensão de novas licenças do Ibama para a caça de javali.
No entanto, Marina Silva afirmou que a atuação do ministério visa combater ilegalidades praticadas por uma minoria do setor agropecuário. Ela enfatizou o respeito pelo agronegócio e os esforços de modernização tecnológica, destacando ainda ações recentes do governo em apoio ao setor, como o Plano Safra focado na transição para a agricultura de baixo carbono.
Marina Silva também defendeu as ações do governo em busca de sustentabilidade econômica e socioambiental, comemorando a redução de 49% no desmatamento da Amazônia entre janeiro e outubro. Ela reforçou o protagonismo que o Brasil espera na COP-28, a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, prevista para o fim do mês em Dubai, nos Emirados Árabes.
Após o depoimento da ministra, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou as “políticas autofágicas” do governo, que, segundo ele, alimentam polêmicas do agronegócio brasileiro com competidores estrangeiros. No entanto, Lupion também reconheceu a “relação cordial” da frente com o Ministério do Meio Ambiente e aposta em convergências.
Marina Silva anunciou um evento paralelo dos ministérios de Meio Ambiente e da Agricultura, da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, para debater a agropecuária sustentável durante a COP-28.
A audiência entre a ministra Marina Silva e os deputados evidenciou a tensão entre o Ministério do Meio Ambiente e o agronegócio, assim como esforços para promover um diálogo aberto visando o desenvolvimento sustentável do setor. A expectativa é que as discussões e ações em busca de uma agropecuária mais sustentável continuem a ser tema de debates e tomadas de decisões no âmbito governamental e legislativo.