Deputados criticam presidente da Enel por não comparecer à audiência na Câmara para tratar do apagão em 23 municípios paulistas

Na tarde de quarta-feira (22), deputados se reuniram na Câmara dos Deputados para tratar do apagão que atingiu 23 municípios paulistas no início do mês. O encontro, que buscava ouvir o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, acabou se transformando em um palco para duras críticas à ausência do executivo.

O blecaute deixou 4,2 milhões de unidades consumidoras sem energia após fortes chuvas e rajadas de vento atingirem a região. O presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Rodrigo de Castro (União-MG), não poupou palavras ao criticar a ausência de Cotugno. “É algo intolerável e que demonstra a prepotência da Enel, demonstra a sua falta de capacidade de diálogo”, afirmou.

Além das críticas, foi decidido que uma nova audiência será marcada para ouvir Nicola Cotugno, já que o mesmo havia enviado uma correspondência informando que não poderia comparecer devido a compromissos profissionais. As comissões de Minas e Energia; e de Defesa do Consumidor planejam sugerir uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) sobre a Enel, uma espécie de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pedido do Congresso Nacional.

O caso também reforçou a necessidade de debater uma lei para regular a renovação das concessões de distribuição que vencem a partir de 2025, já que a concessão da Enel SP vence em 2028. A criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar a atuação da Enel também foi cogitada, com deputados colhendo assinaturas de apoio para a iniciativa.

Outros deputados também se manifestaram, como Ivan Valente (Psol-SP) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), destacando a necessidade de uma fiscalização mais rígida sobre as ações da empresa. A ideia de uma “força-tarefa” para criar a CPI e verificar o contrato da concessão da Enel foi proposta pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP), enquanto Altineu Côrtes (PL-RJ) pediu união dos partidos para criar a comissão.

A ausência do presidente da Enel gerou insatisfação entre diversos parlamentares, que criticaram a postura da empresa diante do apagão. Com a audiência cancelada e a possibilidade de novas medidas sendo debatidas, a gestão energética da Enel Brasil parece estar enfrentando um momento delicado perante os órgãos governamentais. O episódio demonstra a sensibilidade do tema e a necessidade de um diálogo mais efetivo entre a empresa e as autoridades responsáveis.

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